Você é viciado no uso da Internet?
- Aurivan Sergio J. Silva - Psicólogo - CRP 03/29780
- 20 de mai. de 2017
- 3 min de leitura

O uso dos recursos tecnológicos, como a Internet, vem a cada dia sendo introduzidos nas famílias contemporâneas de forma intensa e contundente, envolvendo a todos integrantes desta relação, criando novas necessidades, desejos e formas de relacionamento humano.
Seu uso de forma compulsiva visa, na verdade, compensar a dor de existir, e traz a tona novos casos de psicopatologia relacionados com o uso da Grande Rede.
O objetivo deste texto é descrever o que vem a ser o IAT (Transtorno de Adicção a Internet), seus tipos, suas características e sintomas, demonstrando os aspectos patológicos envolvidos com o uso compulsivo da Internet na dialética com o uso parcimonioso da mesma, como instrumento impulsionador do crescimento humano.
O que caracteriza o vicio a Internet?

O vício da Internet esta ligado ao uso excessivo e patológico da Internet, estando relacionado com o comportamento compulsivo neste uso, interferindo na vida normal das pessoas, provocando estresse severo sobre a família, amigos, entes queridos, e em seu ambiente de trabalho.
O comportamento compulsivo ocorre quando, por uma pressão interna, a pessoa, em determinadas ocorrências do seu cotidiano, se sinta impulsionada, se sinta absorvida por um desejo muito intenso de realizar uma atividade e/ou uma ação, com o objetivo de proporcionar inicialmente prazer, mas que depois se transforma em sentimento de culpa e de mal-estar.
Adicção a internet tem sido chamado de dependência da Internet e compulsividade Internet. Por qualquer nome, é o comportamento compulsivo que domina completamente a vida do viciado. Questões fundamentais surgem:
Como a Internet se situa na vida destas Pessoas?
Talvez como o objeto pequeno a, que tampona a falta e a dor de existir ou podemos pensar que internet situa-se apenas como um meio de comunicar e obter informações para um objetivo pontual.
O fato é que pessoas viciadas no uso da Internet transformam o seu uso em uma prioridade mais importante do que a família, amigos e trabalho. A Internet torna-se o princípio organizador de sua vida, servindo para compensar o objeto da falta no seu sentido existencial.
A adicção à Internet pode ser considerada um vicio especificamente psicológico ou comportamental, assim como a adicção ao sexo, às compras, ao trabalho, aos jogos, e mesmo à televisão, tendo em vista características comuns a esses tipos, tais como eventual síndrome de abstinência, uso excessivo, forte dependência psicológica, interferência na vida cotidiana e perda de interesse por outras atividades.
Diagnostico e Consequências
Uma grande parte das famílias que possuem pessoas adictas à Internet percebe o aspecto alienante da pessoa patologicamente ligada ao uso compulsivo da Internet, pois elas tendem a se afastam progressivamente do convívio doméstico, ainda que, habitualmente, disponham de poucas horas para essa convivência.
Na verdade trata-se de um mecanismo de defesa utilizado por estas pessoas, que não sabendo lidar com as perdas, frustrações, castrações ou privações, buscam fugir do contato com o real, que tanto angústia e sufoca, estabelecendo uma forma de se defender frente ao seu vazio interior, uma tentativa de fuga daquilo que os faz sofrer.

Alguns transtornos psicológicos primários, como a timidez, as dificuldades no estabelecimento de relações interpessoais, a falta de habilidade de lidar com aspectos sociais, a solidão e a baixa autoestima, pode ser associada a um uso compulsivo a Internet.
Geralmente são pessoas que tem dificuldade de lidar com a lei. Estas pessoas por sentirem-se protegidas por atrás da tela do computador e terem a seu favor a sensação do enfraquecimento dos protocolos e condicionamentos socioculturais que pesam sobre os vínculos sociais, deixam fluir todo aquele sujeito que elas gostariam de ser, mas não o são por medo de não o aceitarem, medo da critica, medo de não fazer parte.
É exatamente isso que deseja o internauta tímido ou que sofre de transtornos sociais como a fobia social e o transtorno de Ansiedade Social.
Conclusão
Por tudo exposto é possível deduzir que estas pessoas que não tenham adquirido um bom repertório de habilidades sociais na movimentação pelo mundo real, possam materializar este feito com muito sucesso no mundo virtual da Internet no grande gozo fálico.

A pratica desta clinica psicanalítica, visando o tratamento deste tipo de paciente, deve ser focada no fortalecimento progressivo do real frente ao imaginário, levando o paciente a um contato consigo mesmo, buscando provoca-lo a realizar o exercício do autoconhecimento, caminho para a aceitação dos aspectos que o mesmo julga inaceitáveis e limitadores, evitando os excessos, de forma que o mesmo, possa lidar melhor com a dor do viver em sociedade e consiga melhor lidar com a dependência de sobrevivência com o grande Outro.
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